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Faz tempo, né

Hormonios indóceis Não me deixam dormir Só penso na sua pele, cheiro, gosto, som O quanto deve ser bom deixar fluir essa enxurrada desejos que se avolumam, represam À beira de trasbordar me percebo, expando Me vejo maior que pensava. Cabem em mim muita sede  de vida, grito, canto. Me movimento permito seguir meu próprio fluxo ritmo acelerado  faz voltas, amansa Passa por pedras pontiagudas trajeto belo, um campo É real essa estrada É minha...
Apenas sentir. Sem pensar Sem calcular Se entregar...

Descompasso

Meu passo Seu passo Desencontro desperdício de tempo de energia Desgaste

Oscilaçao

"Pedi você Prá esperar 5 minutos só Você foi embora sem me atender Não sabe o que perdeu Pois você não viu, você não viu... Como eu fiquei" De um lado a felicidade imensa por esse encontro tão inesperado, a surpreendente sintonia de sentimentos e a sensação de ser  plenamente compreendida a cada palavra em que tentamos traduzir nossas emoções. Por outro lado a saudade que parece ser infinita e as vezes chega a doer.  Se instala no segundo seguinte a nos separarmos. No lugar da sua presença fica a vontade de ter de novo aqueles abraços que fazem o mundo voltar ao eixo novamente e beijos que parecem fazer fundir nossos corpos. Tenho me sentido meio analfabeta, pois as palavras que eu pensei ter aprendido ao longo da vida parecem não servir para expressar tudo que tenho sentido. Meu cérebro se esforça para compreender o que se passa. Questiona se isso é tudo real ou apenas uma projeção de expectativas que eu nem sabia ter. Mas ao mesmo tempo,

Opinião

"Enquanto eles se batem Dê um rolê e você vai ouvir Apenas quem já dizia Eu não tenho nada antes de você ser eu sou..." A vida nas cidades nesses séculos era muito mais solitária que solidária. A noção de isolamento estava fortemente impregnada na subjetividade das pessoas. No entanto, a realidade tem essa mania de, em algum momento ser mais forte que qualquer construção ideológica.  Além da insatisfação das pessoas com as intempéries da vida, que desde o inverno do ano anterior, continuavam  irrompendo em forma de  lutas, greves e passeatas, havia o calor. Aquele era um dos verões mais tórridos que o Rio de Janeiro havia enfrentado. Em tempos de tantos individualismos, a experiência extrema de se sentir vivendo numa caldeira, era um fenômeno vivido coletivamente. Mas como tudo o que é coletivo na  sociedade de classes, as elevadas cifras dos termômetros não eram vivenciadas da mesma forma pelas diferentes pessoas. Aqueles que podiam, mantinham seus aparelho

iSOLATED

without [e]scape life suddenly became accelerated quickly than i can process left behind lost without reaction...

455 – Parte I

“Saudades de você, de nós e até de mim.” Ela derretia num ônibus que se movia como uma estufa entre o Meier e a Praça XV. Em meio a tantos afazeres que a aguardavam do outro lado “da poça“, arrumou uma janela para pensar. Releu suas anotações e percebeu que escrevia muito nesse caminho. Era nesse endereço da zona norte que ela guardava parte da sua tranquilidade e ia buscar quando precisava. Sentia sua vida meio fora de controle nos últimos tempos. O zilhão de coisas a fazer pareciam a engolir, dando a sensação de sufocamento, insuficiência e incapacidade. Sabia que não era possível ter tudo o que desejava. Nem desejar as coisas a qualquer preço. Muito menos as pessoas, que não são como bibelôs, e se importam quando são colocados numa caixa no fundo do armário. Estava duplamente angustiada. Tinha receio da distância ter mudado algo entre eles. A insegurança que há muito não a visitava, começou a gritar nos seus ouvidos. Sentiu muita vontade de ouvir aqueles sentim