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Mostrando postagens de 2011

Escape

Cansaço Respiro Suspiro Espaço

Insights da insônia: o isolamento

Ficou paralisada por quase duas semanas. A maior parte do tempo permanecia estática na frente do computador. As pernas até doíam de tanto tempo na mesma posição. Era como se ficasse encapsulada sem deixar que ninguém reparasse seu estado.  Na verdade, se não tivesse acontecido outras vezes, nem ela mesma notaria a sua inércia.  O mais estranho é que ninguém percebia mesmo. Não sabia se era porque não havia mudança no seu comportamento, se ninguém enxergava essa mudança ou se notavam e não tinham coragem de perguntar o que estava havendo. Quando se dava conta, estava nessa hibernação. Os compromissos mais complexos eram abandonados. E, em geral, eram as provas e trabalhos que exigiam um pouco mais de dedicação. Não conseguia nem sentar para, ao menos tentar ler nada. Ficar sozinha era difícil. Sentia medo de confrontar-se com suas angústias. Era como se seu cérebro construísse um mecanismo de defesa que a distanciasse do sofrimento, desligando as reações e a transformando num

Baseado em fatos surreais: as ternuras neglicenciadas do cotidiano

Ele se escondeu atrás daquele sorriso envergonhado. Aquele que vinha acompanhado de um rubor bonito de se ver. Quando fazia isso, deixava escapar muitos fiapos de humanidade de uma forma leve, quase ingênua e invejável de tão bela. Me fez lembrar que a vida também pode ser preenchida de ternura. Digo isso, pois vejo que passamos - não me excluo disso - muito tempo construindo e justificando nosso ponto de vista sobre a vida e elaborando formas de seguir em frente, apesar de nossas experiências negativas. E, nesse processo, nos esquecemos que a nossa existência pode ser mais leve e bonita. E acho que, sem querer, esse mocinho acabou me dando um puxão e me lembrando dessas ternuras que estava negligencinando tanto. Não posso negar que ele nunca tinha me passado despercebido, mas também não conseguia entender a razão de me chamar tanto a atenção. Cheguei a tentar, mas a  quantidade de álcool ingerida me fez soltar várias teorizações acumuladas sobre diversos e dispersos assuntos,

Experiências com o corpo...

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... e com o Photoshop Rosa Azul  Vermelho  Verde  Amarelo Roxo  Anil Púrpura

Baseado em fatos surreais: Flashes de memória

Seu melhor amigo ao telefone, perguntava movido por uma sutil ansiedade, quem ela levaria à festa de aniversário dele. Teve dificuldade em responder. Estava exausta. A pergunta feita por ele, fez com que seu cérebro passasse um filme com direito a comentários do diretor, sobre as últimas 24 horas de sua vida. A fita foi rebobinando em saltos não lineares. Primeiro lembrou-se da noite anterior. Mas antes disso, havia passado o por do sol a jogar cartas com aquela garota dos cabelos avermelhados. Quando a festa começou, separaram-se por uma cerveja ou duas. Ela encontrou aquele amigo do olhar perdido, que sempre tentava se aproximar mais do que era possível. Repetindo o que já tinha acontecido algumas vezes, ele tentou lhe roubar um beijo. Ela virou o rosto para o lado ato num reflexo e viu de relance os cabelos avermelhados batendo em retirada. Ele ficou alguns segundos a olhá-la com a expressão de quem espera uma resposta. Como não sabia muito bem o que dizer numa situação dessas

Insights da insônia 5: as dores físicas

Tinha que acordar cedo na manhã seguinte, mas não conseguia dormir. Sua garganta estava prestes a se fechar. Sentia dor. Era dor na testa nos músculos e até, na garganta mesmo. Andava com muita dificuldade de se concentrar em qualquer coisa. Não se sentia assim o tempo todo, mas nos últimos dias, essas sensações andavam muito presentes. Sentia-se estafada. Era como se o dia tivesse mais compromissos do que horas. E, contraditoriamente, demorava muito para fazer qualquer coisa. Tinha dificuldade em sair de casa e em ficar lá. Também não conseguia estudar. Sua baixa concentração só permitia que lesse textos leves e de “tiro curto”. Não conseguia relaxar. A última vez que havia se sentido à vontade, foi no dia que aceitou um convite para ir a um sarau. Não era muito íntima de todos os presentes, mas aquela atmosfera de vinho, poemas, subversão, contos e crônicas, fez com que se sentisse aceita. E, ao mesmo tempo também estava desnuda de qualquer auto-proteção e angústia. Justo ela que

Insights da insônia 4

Silêncio externo gritaria interna Nenhuma voz Idéias mil

Insights da insônia 3

Alter-ação como evento Idéias rápidas cabeça lenta enxurrada de palavras bate e passa

Insights da insônia 2

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Ruminações.... Conferia as postagens anteriores e, quando me dei conta, estava a divagar sobre o título de uma delas: A tênue linha ente o desejo e a razão. Acabei de fazer um trabalho sobre substâncias psicoativas, que - me perdoem o trocadilho- ficou uma droga! Mas serviu para me aproximar de um texto que, sem exagero, me deixou meio chapada. Levei três dias para lê-lo. Cada parágrafo era uma porrada no cérebro! Falava da perda da autonomia do indivíduo sobre a intervenção em seu corpo e seu estado de consciência. Ele tinha como tema as drogas, mas a discussão de fundo era a alienação. Tenho que confessar, ainda não digeri os dois temas. Na verdade, desde que fiz um curso sobre alienação, volta e meia, me pego num certo deslumbramento com a teoria. Fiquei loadeando um tempo sobre o tema. Alienação é estranhamento, apartamento, isolamento. Se eu estabeleço uma separação entre meu desejo e minha razão... hum... será que essa separação deveria existir mesmo? É que me lembrei de

Insights da insônia 1

Escrevo à esmo Se canso a mente descanso o corpo

Fotografando e andando

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A caminho de Itaquá

A tênue linha entre o desejo e a razão

Ela escrevia à esmo, para passar o tempo e espantar a insegurança. Tentava lidar com sentimentos que estavam pairando sem lugar, sem materialidade. É claro que os sentimentos não precisam ter materialidade. Sentimos e pronto! Mas, no caso dela, não chegaram a tomar forma alguma, nem de pensamento. Ainda não sabia sobre o que queria escrever. Tantas coisas estavam perambulando por sua cabeça. Ultimamente andava indo para a cama com um livro em que mulheres contavam sobre seus desejos.  Estava muito impactada por esses relatos poéticos, pois o "desejar" era algo difícil de lidar. Era quase sempre tenso, confuso, sem lugar. E quando conseguia, por vezes era acompanhado de culpa. Era como se precisasse de autorização para desejar. E tinha uma relação distanciada com seu próprio desejo. Demorava para percebê-lo. E,  quando o percebia, achava difícil não agir. E ela também não gostava nada de agir por impulso. Identificava que esse não era o seu melhor “modo operante”. Optava por

Sobre certo tipo de distância...

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Adriana Calcanhotto (Antônio Cícero / Orlando Morais) Com Daniel Jobim ao piano Passei todo o dia de ontem em casa. Agora me preparo para enfrentar o mundo. Já é hora. Também estou meio cansada de falar comigo mesma. Faz falta um interlocutor. Pra ser mais precisa, preciso de alguém que não demande tradução simultânea. Não tenho energia nem pra isso. Me lembrei do meu terapeuta. Parei de vê-lo, mas ainda o considero assim. Sempre me lembro dele nos momentos difíceis e avalio se não é o caso de lembrar o caminho de volta a seu consultório. Quando você está muito desnorteada e combalida por conta dos julgamentos às suas posturas, escolhas, forma de ser e muitas possibilidades de etc, é útil ter quem que te respeite em primeira instância. É importante ter ao alcance alguém, que não vai te dar um esporro aos berros dizendo que você está errada, que você não presta, ou se despedaçar em sofrimento por alguma decisão sua. Deveria ser o básico de qualquer relação humana, mas não é. É a

Sobre os menininhos...

Estava pensando sobre o que levou minha mãe a se separar do meu pai-legal. E isso me levou a pensar o tipo de homem com o qual eu me casaria, moraria junto, teria um relacionamento mais cotidiano, ou algo similar a isso. Esse pensamento surgiu quando conversa pelo telefone com um grande amigo. Ele me perguntou se minha fase de “menininhos” já havia terminado. Ele estava, ao mesmo tempo preocupado com minha felicidade e também fazendo um pouco de graça da idade das ultimas pessoas com as quais me relacionei. E, há algum tempo, não tenho convivido com pessoas da mesma idade que eu, ou mais velhas. E é verdade que, à partir de determinado momento da minha vida comecei a abrir mão do critério idade nas relações afetivas. Passei a relacionar com pessoas mais novas do que eu por várias razões. Um pouco de insegurança, para superar o trauma de um relacionamento anterior, ou por diversão, ou por tudo isso junto. Não me sentia culpada. Foi muito importante estar em relações, nas quais e

Somos Tod@s bombeir@s

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Na tarde do dia 06 de junho, as mulheres presentes na ALERJ se reuniram e decidiram se organizar, tanto para potencializar a luta pela libertação dos bombeiros presos, quanto para dar uma resposta ao Governador Sérgio Cabral, que havia atacado o movimento chamando os bombeiros de irresponsáveis ao levar as mulheres e crianças para ocupar o QG.  A fala dele estava impregnada da concepção machista de que as mulheres são frágeis, devem ser protegidas, não tem vontade própria e, principalmente, não devem lutar ao lado dos homens. Por isso, foi escrito o manifesto abaixo. MANIFESTO DAS MULHERES LUTAR NÃO É CRIME, LUTAR É UM DIREITO!! NÓS MULHERES, BOMBEIRAS, ESPOSAS, MÃES, FILHAS E FAMILIARES REUNIDAS NA TARDE DO DIA 06 DE JUNHO, DECIDIMOS IR A PÚBLICO DENUNCIAR AS ATROCIDADES E A BRUTALIDADE COM QUE O GOVERNADOR SERGIO CABRAL VEM TRATANDO O MOVIMENTO DOS BOMBEIROS E SUAS FAMÍLIAS. CONSIDERAMOS QUE OS BOMBEIROS E BOMBEIRAS SÃO HERÓIS DO POVO QUE MERECEM TER CONDIÇÕES DIGNAS DE VIDA E TRABA

Depoimento da professora Amanda Gurgel do Rio Grande do Norte

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Em uma audiência Pública, durante a greve dos professores do Rio Grande do Norte, a professora Amanda Gurgel, denuncia a situação precária da educação pública. Amanda Gurgel é professora no RN e membro da CSP-Conlutas e militante do PSTU

Lutar não é crime, lutar é direito!!

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Assine o manifesto abaixo-assinado ! Jornal especial do PSTU-Rio em PDF Baixe o vídeo do ato na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ

Porque solidariedade aos que lutam é sempre necessária...

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Abaixo assinado pelo arquivamento do  processo criminal  contra os 13 do Consulado  Os abaixo-asinados exigem do Governo Federal e do Governo do Estado do Rio de Janeiro o imediato arquivamento do processo criminal preparado contra os 13 manifestantes que foram injustamente presos na noite do dia 18 de março, durante o protesto pacífico realizado no Consulado dos EUA na cidade, por ocasião da visita de Barack Obama ao Brasil. Nomes dos acusados: Rafael Rossi - Professor do estado, dirigente sindical do SEPE Pâmela Rossi - Professora do estado Thiago Loureiro "Tibita" - Estudante de Direito da UFRJ, funcionário do Sindjustiça Yuri Proença da Costa - Carteiro dos Correios Gualberto Tinoco "Pitéu" - Servidor do estado e dirigente sindical do SEPE Gabriela Proença da Costa - Estudante de Artes da UERJ Gilberto Silva - Eletricista Gabriel de Melo Souza Paulo - Estudante de Letras da UFRJ, DCE UFRJ José Eduardo Braunschweiger - Advogado Andriev Martins Sant

Carnaval Feminista

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Leques distribuidos pelo PSTU no carnaval de 2011. http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=40393