Hormonios indóceis Não me deixam dormir Só penso na sua pele, cheiro, gosto, som O quanto deve ser bom deixar fluir essa enxurrada desejos que se avolumam, represam À beira de trasbordar me percebo, expando Me vejo maior que pensava. Cabem em mim muita sede de vida, grito, canto. Me movimento permito seguir meu próprio fluxo ritmo acelerado faz voltas, amansa Passa por pedras pontiagudas trajeto belo, um campo É real essa estrada É minha...
“Saudades de você, de nós e até de mim.” Ela derretia num ônibus que se movia como uma estufa entre o Meier e a Praça XV. Em meio a tantos afazeres que a aguardavam do outro lado “da poça“, arrumou uma janela para pensar. Releu suas anotações e percebeu que escrevia muito nesse caminho. Era nesse endereço da zona norte que ela guardava parte da sua tranquilidade e ia buscar quando precisava. Sentia sua vida meio fora de controle nos últimos tempos. O zilhão de coisas a fazer pareciam a engolir, dando a sensação de sufocamento, insuficiência e incapacidade. Sabia que não era possível ter tudo o que desejava. Nem desejar as coisas a qualquer preço. Muito menos as pessoas, que não são como bibelôs, e se importam quando são colocados numa caixa no fundo do armário. Estava duplamente angustiada. Tinha receio da distância ter mudado algo entre eles. A insegurança que há muito não a visitava, começou a gritar nos seus ouvidos. Sentiu muita vontade de ouvir aqueles sentim
Seu melhor amigo ao telefone, perguntava, movido por uma sutil ansiedade, quem ela levaria à festa de aniversário dele. Teve dificuldade em responder. Estava exausta. A pergunta feita por ele, fez com que seu cérebro passasse um filme com direito a comentários do diretor, sobre as últimas 24 horas de sua vida. A fita foi rebobinando em saltos não lineares. Primeiro lembrou-se da noite anterior. Mas antes disso, havia passado o por do sol jogando cartas com aquela garota dos cabelos avermelhados. Quando a festa começou, separaram-se por uma cerveja ou duas. Ela encontrou aquele amigo do olhar perdido, que sempre tentava se aproximar mais do que era possível. Repetindo o que já tinha acontecido algumas vezes, ele tentou lhe roubar um beijo. Ela virou o rosto para o lado ato num reflexo e viu de relance os cabelos avermelhados batendo em retirada. Ele ficou alguns segundos a olhá-la com a expressão de quem espera uma resposta. Como não sabia muito bem o que dizer numa situação dess
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