“Saudades de você, de nós e até de mim.” Ela derretia num ônibus que se movia como uma estufa entre o Meier e a Praça XV. Em meio a tantos afazeres que a aguardavam do outro lado “da poça“, arrumou uma janela para pensar. Releu suas anotações e percebeu que escrevia muito nesse caminho. Era nesse endereço da zona norte que ela guardava parte da sua tranquilidade e ia buscar quando precisava. Sentia sua vida meio fora de controle nos últimos tempos. O zilhão de coisas a fazer pareciam a engolir, dando a sensação de sufocamento, insuficiência e incapacidade. Sabia que não era possível ter tudo o que desejava. Nem desejar as coisas a qualquer preço. Muito menos as pessoas, que não são como bibelôs, e se importam quando são colocados numa caixa no fundo do armário. Estava duplamente angustiada. Tinha receio da distância ter mudado algo entre eles. A insegurança que há muito não a visitava, começou a gritar nos seus ouvidos. Sentiu muita vontade de ouvir aqueles sentim...
Hormonios indóceis Não me deixam dormir Só penso na sua pele, cheiro, gosto, som O quanto deve ser bom deixar fluir essa enxurrada desejos que se avolumam, represam À beira de trasbordar me percebo, expando Me vejo maior que pensava. Cabem em mim muita sede de vida, grito, canto. Me movimento permito seguir meu próprio fluxo ritmo acelerado faz voltas, amansa Passa por pedras pontiagudas trajeto belo, um campo É real essa estrada É minha...
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Diz aí o que fervilhou na sua mente