A transitoriedade da auto-imagem
Não sei em qual dos dias do mês estamos. Como se tudo ficasse desfocado à medida que de mim se distancia. A realidade se apresenta cada vez mais como um borrão. Passa pela minha cabeça uma daquelas “grandes questões da humanidade”: O que é mesmo o real? Não me refiro à realidade grandiosa da situação mundial ou da luta entre as classes. Falo de uma realidade mais cotidiana. Aquela que é construída por mim mesma e com a qual me relaciono e que inclui não somente os que ao meu redor estão, mas, principalmente, o que está no meu interior, como me vejo. Reformulando a pergunta do parágrafo anterior: Qual a fronteira entre o que sou e o que penso ser? Após tantas rupturas de paradigmas pessoais, me sinto como um quebra-cabeças em montagem, cujo desenho e formato das peças estão em constante mudança. Quando penso que terminei de montá-lo, percebo que o desenho não é mais o mesmo e tenho que rearranjar as peças novamente. Penso que é impossível definir o meu ser em constante mudança, como uma