Uma Angústia


É como se fosse uma sucessão de portas na cara. Como se toda a minha existência fosse uma busca em que o fim não chega. Uma procura nos lugares errados, com as pessoas erradas. Uma frustração interminável.

E o pior é não saber o que se busca. Não é uma questão de não se agradar do que já se tem. Mas algo falta e é angustiante não saber o que.

Fico parada olhando algum tempo o papel e as idéias passam numa velocidade que não posso acompanhar. Como uma borboleta retirada do seu voo e alfinetada numa moldura. É mais uma daquelas noites de ruminância. Deglutir acontecimentos e digerir aos poucos é um hábito que me surpreendo às vezes a praticar. É uma forma de continuar a vida quando o sapo engolido é maior que a garganta. E dá também  uma pena cristalizar idéias ainda em gestação. Há o risco de abortar aquelas ainda em metamorfose.

O tempo dessas coisas nem sempre é o mesmo do cotidiano. Conciliação difícil! Essa coisa de não ter manual de instruções pra vida é o céu, mas também o inferno às vezes.

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