Um outro par de olhos
" Não sei dizer o que há em ti que fecha e abre Só uma parte de mim compreende Que a voz dos teus olhos É mais profunda que todas as rosas Ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas " e. e. cummings Ela estava à beira do sofrimento. Nem sabia ao certo a cor daqueles olhos, pois nunca conseguia olhá-los por mais que uma fração de segundos. Quando a dona deles apontava-os, era como se uma tonelada a empurrasse para trás. E foi exatamente nesse momento em que buscava dentro de si mesma uma outra forma de estar com as pessoas, que encontrou tão agradável companhia. E assim descobriu o significado da palavra centrípeta, pois fo i impossível não se atrair por aquela personalidade tão incomum. Não demorou para perceber o que sentia, mas tentou ignorar por um tempo para ver se passava. Quando se deu conta, estava exatamente naquele ponto em que não tinha mais condição alguma de se afastar, mas também sabia que não podia, nem queria avançar. A don