A Rua São João é um lugar altamente comum. Como toda “Zona do Baixo Meretrício ” de qualquer cidade. Pelo menos é assim que a conhecia, até certa noite. Fui com o Thiago (mais um na minha vida!) um amigo músico (mais outro!!), daqueles que não precisa muita convivência pra ter identificação. Ele estava de passagem pela cidade e foi com um amigo de infância e estudante de cinema. Após fecharmos um bar da "zona familiar" da mesma rua, fomos parar na outra ponta, que, até então era para mim, apenas uma concentração de bares "pé-sujo". Encorajada por duas doses de Ypióca , abordei as meninas com alguma desculpa esfarrapada, que elas tiveram a sensibilidade de desconsiderar. Percebi que, por mais que a classe social demarque algumas diferenças, a opressão é meio universal. Só agora percebo que não fui movida por uma curiosidade antropológica, mas por algo muito maior, uma identificação que fez com que as perguntas não ficassem no âmbito do "como é sua vid...
falta voz
ResponderExcluirsobra silêncio.
Depois de ver o seu recado de aniversário com um poema de Mário de Sá Carneiro acabei achando alguns poemas dele. Eu acho que dois trechos combinam bastante com o que vc escreveu:
ResponderExcluir"A minha alma não se angustia apenas, a minha alma sangra.As dores morais transformam-se-me em verdadeiras dores físicas, em dores horríveis, que eu sinto materialmente - não no meu corpo, mas no meu espírito."
"Sim, a minha pobre alma anda morta de sono, e não a deixam dormir - tem frio, e não sei aquecer! Endureceu-me toda!secou, ancilou-se-me; de forma que movê-la - isto é: pensar - me faz hoje sofrer terríveis dores. E quanto mais a alma me endurece, mais eu tenho ânsia de pensar! Um turbilhão de idéias - loucas idéias! - me silva a desconjuntá-la, a arrepanhá-la, a rasgá-la, num martírio alucinate! Até que um dia - óh!é fatal - ela se me partirá voará em estilhaços... A minha pobre alma! A minha pobre alma!..."