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Encontrar (-se)

Ela estava estafada da vida e do mundo. Quando percebeu que o estresse chegava a níveis periclitantes, decidiu tentar tirar uma folga dos seus problemas. Aceitou o convite para visitar aquele seu amigo tão querido, um dos palhaços mais sensíveis e lindos que já conhecera. A estadia incluía, além das boas companhias de sempre, farta programação de risadas,  música da  boa  e outras formas de sair e voltar a si e ao mundo. E foi numa dessas madrugadas de lavar a alma, que Ela esbarrou com um típico representante dos seres humanos. Ele estava lá em algum canto do segundo bar da noite. Até onde o grau alcoólico a permitia lembrar e o som daquele rock bem cantando a deixava escutar, ele se recuperava de um daqueles grandes eventos da vida, como falecimento ou separação. Uma dessas experiências de ruptura unilateral que uma pessoa faz com a outra e, mesmo sabendo que vai ou pode acontecer um dia, ficamos muito tristes  diante da realidade ensurdecendo nossos ouvidos. Mas ele parecia mui

Limite

subjetivo: adj. Relativo a sujeito.  Que existe no sujeito. Ela estava diante daquele corpo magro e todo entrelaçado por cordas, que pedia para que ela o espancasse. Meio hesitante desferiu a primeira chicotada. O couro negro ia fazendo marcas vermelhas na pele branca e fina. Cada vez que ouvia o estalo do impacto naquelas costelas, era como se doesse nela mesma. Sentiu muita pena do menino da barba de fogo até perceber que não provocava sofrimento. Ele não só sentia prazer, como pedia mais. Em instantes, sua culpa se foi e deu lugar a uma satisfação que ela nem sabia ser capaz de sentir. Nunca achou que poderia estar numa posição tão distante da submissão e tão cheia de certeza do que queria. Os jogos que envolviam    prazer e  dor foram incorporados à relação dos dois por algum tempo. Ela gostou muito dessa brincadeira. Mas não era só a experiência intensa com o corpo que proporcionava a ele, que a atraía. Só foi perceber muito tempo depois que estar diante alguém que suplic

Insigts da insônia: o encontro

Todo mundo jurava que ela não existia, mas hoje eu esbarrei com minha impaciência. Doeu.

Uma câmera na mãe e nada na cabeça

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Um outro par de olhos

" Não sei dizer o que há em ti que fecha e abre Só uma parte de mim compreende Que a voz dos teus olhos É mais profunda que todas as rosas Ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas " e. e. cummings Ela estava à beira do sofrimento. Nem sabia ao certo a cor daqueles olhos, pois nunca conseguia olhá-los por mais que uma fração de segundos. Quando a dona deles apontava-os, era como se uma tonelada a empurrasse para trás. E foi exatamente nesse momento em que buscava dentro de si mesma uma outra forma de estar com as pessoas, que encontrou tão agradável companhia. E assim descobriu o significado da palavra centrípeta, pois fo i impossível não se atrair por aquela personalidade tão incomum. Não demorou para perceber o que sentia, mas tentou ignorar por um tempo para ver se passava. Quando se deu conta, estava exatamente naquele ponto em que não tinha mais condição alguma de se afastar, mas também sabia que não podia, nem queria avançar. A don

Insights da insônia: Spring is coming

"- Quem toma conta de você? - Eu mesma. - Tá! Mas quem te coloca no colo quando a vida dói? - Ah! Quem estiver por perto. - Hum... - Eu sei que sou mais lenta, mas também sei que estou por perto sempre." Me cansei da angústia. Me cansei da dureza do cotidiano. Cansei também da tristeza, que tem me feito companhia há algum tempo. Tenho sentido falta da felicidade e da sutileza. T ambém tem me acompanhado o desejo de que uma explosão multicolorida tome o lugar desse cinza esmaecido que parece filtrar minha visão como uma lente pessimista. A angústia e a tristeza às vezes não se esgotam. Só delas nos cansamos. Sofrer toma tempo e energia. E dá vontade de fazer outras coisas da vida. Sou contra essa cruzada que existe contra a tristeza, sob a acusação de que ela é contraproducente. Mas mesmo achando importante se permitir estar triste, isso não tem me bastado. Essa sensação de que a vida está lá fora e eu estou perdendo tempo, trancada num quarto e

Insights da insônia: angústia II

Vazia. Não sinto nada além de uma torturante dor de cabeça. Não sinto fome. Não estou com sono. Não quero fumar. Não quero comprar nada. Não quero me drogar de forma nenhuma.  Nenhuma ideia lírica, nem um pensamento suicida. Nada salta da cabeça ao papel. É como se tivesse perdido a capacidade de enxergar a realidade, de tirar uma conclusão, enxergar um palmo adiante do nariz.  Se não houvesse registro das coisas que um dia já escrevi, duvidaria que fosse capaz de articular três palavras. Sigo meus afazeres diários sem falhar. Mas nos interstícios da vida, entre um compromisso e outro, numa fila de ônibus ou do pão, esse sentimento me assalta. Chega e ocupa esse pouco espaço vazio do meu cotidiano. Fico como se estivesse a espera de um grande acontecimento que tornasse meu dia diferente, especial, ou colorido, como dizem por ou aí. Às vezes tenho saudades do tempo em que tudo valia à pena. Ao menos agora, na minha lembrança, esse tempo parece ter existido. Sinto como se

Insights da insônia: angústia

Olho a folha branca reproduzida na tela do computador e não sai nada. Toda a angústia que tem me acompanhado ao longo dos dias não toma forma nenhuma. Não se transforma em palavras ou ações.  Isso é pior do que a tristeza. A tristeza ao menos tem razão de ser. Mostra a que veio com choros, cara feia ou olheiras. A raiva, embora não goste muito de senti-la, também se mostra, seja em acessos de fúria, sessões de xingamento ou de espancamento de algo ou alguém. Mas essa angústia que não se materializa, não vem à tona e que não sei a razão é realmente... É realmente algo que nunca senti. É uma mistura de tédio com cansaço, um fluxo de pensamento, que, às vezes é muito rápido. Tão rápido que me faz esquecer de respirar. Acabo contraindo a musculatura da garganta. Isso me causa alguma dor. Os pensamentos quase sempre são sobre as microquestões do cotidiano, mas nunca vêm em formato organizado. Passam desgovernadamente e, às vezes me levam a lugares obscuros, becos sem saída da

Exercer a maternidade poderia ser muito mais simples e fácil...

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Poucas palavras

Eu não ladro. Só mordo um pouco, quase sempre quando me pedem. Não assusto de cara, nem de costas. Sou direta. Evito diálogos protocolares. mas metáforas são bem vindas para testar, dos  cérebros, a velocidade. Não fujo. Vou ali ser feliz. As vezes não volto logo Não disputo. Compartilho. É o que fazem às amigas. Mas exclusividade não é meu forte. Tão inevitável, quanto necessário é a tod@s querer Porque amor não vem em frascos Nem se esgota ao ser(es) amado(s)
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Saudades da criatividade das minhas noites de insônia...

Impossível silenciar: solidariedade às trabalhadoras e trabalhadores do Pinheirinho!!!

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É preciso transformar nosso luto em luta!!!! Ato na Praça da Araribóia (Niterói - RJ) 23/01 as 17h e no Largo da Carioca (Rio de Janeiro) as 16h. Assine a Petição online . Nota dos sindicatos e movimentos sobre desocupação Ação da PM é ilegal e revela truculência e covardia dos governos Alckmin e Cury, do PSDB A ação da Polícia Militar do Estado de São Paulo, iniciada neste domingo, dia 22, na Ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos, é o retrato da irresponsabilidade, truculência e covardia dos governos Geraldo Alckmin (PSDB) e Eduardo Cury (PSDB). Um efetivo de dois mil homens invadiu de surpresa a ocupação às 6 horas da manhã e mantém a área sitiada. A ordem para a desocupação por parte dos governos estadual e municipal do PSDB e da Justiça Estadual vai contra todos os fatos e negociações dos últimos dias que avançavam para a suspensão da ordem de despejo e regularização da área. Também vai contra um acordo assinado pela própria Selecta, do